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Carlinhos Barreiros

Jô e Wandeca lançam biografias

Quando todo mundo julgava que Jô já tinha dado tudo o que tinha pra dar, eis que em 1995 o Gordo surpreende com sua estreia no  mundo da literatura.

Neste fim de ano que se aproxima, boas dicas para presente do amigo invisível ou Natal mesmo: duas das personalidades mais famosas do Brasil, cada uma em sua área de atuação, acabam de lançar as aguardadas autobiografias: o apresentador de TV, ator, diretor de teatro, dramaturgo, humorista, músico, pintor e escritor Jô Soares e a cantora Wanderléa, Musa Máxima do movimento estético/musical Jovem Guarda (1963/1968).

O Gordo foi chamar o jornalista da Folha de São Paulo, Matinas Suzuki, para ajudá-lo a compor “O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada – Volume 1”, Editora Companhia das Letras, 530 páginas, R$ 54,00 que já estreou direto nas listas dos Mais Vendidos em primeiro lugar.

Mais conhecido por seu programa de entrevistas na TV Globo, que durou 16 anos, Jô acumula outras funções importantes em seu vasto currículo artístico, pendendo para o intelectual que ele sempre é: foi ator de vaudeville em vários programas humorísticos e diretor teatral de renome e ótimo conceito em peças como “Tróilo e Créssida”, de Shakespeare, “A cabra ou Quem é Silvia?”, de Edward Albee, “Três Dias de Chuva”, “Histeria” entre outras. Quando todo mundo julgava que Jô já tinha dado tudo o que tinha pra dar, eis que em 1995 o Gordo surpreende os fãs com sua auspiciosa estreia no  mundo da literatura, com o best-seller “O Xangô de Baker Street”, pândega da re-imaginação usando o célebre detetive inglês Sherlock Holmes, criado por Sir Arthur Conan Doyle, desta vez às voltas com um crime perpetrado em terras brazucas.

O livro vendeu horrores, ficando semanas seguidas em primeiro lugar dos best-sellers. Foi traduzido para vários idiomas e a ele seguiram-se os policiais “O Homem Que Matou Getúlio Vargas” (1998), “Assassinato Na Academia” (2005) e “As Esganadas” (2011), consolidando a carreira do apresentador como escritor.           

Depois de Rita Lee lançar sua divertida e milionária autobiografia no ano passado chegou a vez de Wanderléa lançar suas memórias neste fim de ano: “Foi Assim”, Editora Record, 400 páginas, R$ 40,00. O título do livro remete a um dos grandes sucessos da cantora e as duas obras, juntas, permitem ao público de hoje, que não vivenciou a época retratada nos dois livros lançar um olhar nostálgico sobre as músicas, comportamento, política e fofocas dos chamados “Anos Que Não Acabam Nunca”. 

Menos politizada que Rita, Wandeca, ou Ternurinha, soube aproveitar seu lugar de Primeira Dama e Principal Voz Feminina da Jovem Guarda. Sempre ao lado de Roberto e Erasmo Carlos, os manda-chuvas do pedaço, consolidou uma carreira que, entre altos e baixos, já dura mais de 50 anos. Enxuta e linda aos 73 anos, Wanderléa é a prova viva de que as Musas podem ser eternas e lançar livros em que aparentam ter 40 anos a menos!

Famosa (e criticada) por, na época, só cantar versões de sucessos americanos ou europeus, as infames “covers”, Wandeca, nos Anos 70 e daí em diante, com o declínio da Jovem Guarda, firmou-se, quem diria, como grande intérprete da nossa MPB, cantando ao lado de gente obscura e pouco conhecida feito o cantor/compositor Egberto Gismonti e outros, direcionados apenas às plateias universitárias militantes e uns poucos críticos azedos. Gravou o célebre vinil “Wanderléa Maravilhosa”, em que aparecia na capa com uma peruca afro e dentro só tinha música de uma MPB feita para poucos. Sem medo de ousar e renovar, Wanderléa, de uma hora pra outra, virou cult e todo mundo que falava mal ou caçoava dela quando ela cantava “Exército do Surf” começou a lamber seus pés!

“Wanderléa Maravilhosa” rende até hoje. Transformado em show e DVD no ano passado, esgotou rapidamente (as entradas) e as cópias do disco postas para vender no mercado. Pérolas trash da loura, em sua fase “cantora de zona” ou “me toca na AM por favor” (Mata –me Depressa, Na Hora da Raiva, Você Vai Ser o Meu Escândalo, Vai Ser Melhor Assim) mostram apenas que ela, às duras penas, sempre conseguiu se manter em alta, tocando nas rádios e fazendo sucesso, independente do gênero que abraçava.

Eu – pessoalmente – que cresci à sombra da Jovem Guarda e seus ídolos, ouvindo aquelas besteiras deliciosas, prefiro Wandeca cantando musiquinhas idiotas tipo “Pare o Casamento”, “Meu Boy Lollipop”, “Capela do Amor”, “Exército do Surf”, “Menina Só”, “Boa Noite Meu Bem”, “Te Amo”, “Ternura”, “Prova de Fogo”, “Horóscopo”, “Meu Anjo da Guarda”, “Rapaz do Piauí”, “É O Tempo do Amor” e outras tonteiras. A fase “Elis” da Ternurinha pouco me interessa. Vejamos o que a loura tem a dizer no livro sobre isso. Depois conto a vocês.

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