Sicredi Novos Horizontes Itaí
Carlinhos Barreiros

Bilheterias reduzem Múmia a pó

Gente velha, gente grande e adulta não vai mais a cinema, preferem a comodidade do sofá em casa e a tela grande da TV ligada nos canais pagos da vida

Em Hollywood, para um filme dar lucro ele tem que render três vezes o seu custo
Em Hollywood, para um filme dar lucro ele tem que render três vezes o seu custo

Bem, então antes entendamos de vez um fato simples: em Hollywood, atualmente, para um filme dar lucro ele tem que render três vezes o seu custo. Assim, se um filme custou ao estúdio 100 milhões de dólares, ele deve obter, no mínimo, de retorno nas bilheterias, 300 milhões. Preto no branco, simples assim.

Dito isto, passemos a desenhar o panorama atual dos sucessos e fracassos nesta temporada do Verão Americano, que está acabando mas ainda se estende até meados de agosto, quando boys & girls da América estão em férias escolares e lotam os cinemas. Gente velha, gente grande e adulta não vai mais a cinema, seja aqui em Piraju ou lá na terra do Trump. Preferem a comodidade do sofá em casa e a tela grande da TV ligada nos canais pagos da vida (aqui em Piraju, mais especificamente, nem tão pagos assim, já que a vasta maioria dos espectadores da Estância são adeptos da tal “TV Gato”, aquela falcatrua que também é corrupção, sim senhor, pois implica em ROUBO de sinal dos satélites). Mas essa é outra história.

“Alien – Covenant”, de Ridley Scott, o filme mais bacana deste verão americano, surpreendentemente, bambeou nas bilheterias, já que custou U$ 98 milhões e rendeu até agora 232  (pelo descrito acima deveria faturar no mínimo 300). Espero com fervor que isso não comprometa a “nova” trilogia do Alien e seu derradeiro filme, que o diretor já tinha anunciado (antes dos boletos mornos virem à tona).      

Fracassaram espetacularmente nesta temporada – dando muita dor de cabeça aos estúdios que as produziram - as bombas “Power Rangers – o Filme”, versão telona para o seriado japonês cult da TV e “Baywatch – o Filme”, versão telona para a série cult de TV dos Anos 70 que lançou Pamela Anderson e agora afundou, mesmo com Dwayne Johnson (The Rock) e o bonitão Zac Efron à frente do elenco bocó – Já o Rei Arthur (de novo??!!) do diretor inglês Guy Ritchie, embora repleto de boas intenções e plasticamente maravilhoso afundou bonito (custou 140 e rendeu 175, transformando-se na maior piada da temporada). O público torceu o nariz para mais uma versão dos Ciclos Arthurianos e a saga de Camelot, preferindo investir na comédia de humor negro “Corra” (Get Out) o maior sucesso em retorno de bilheteria até o momento: custou a mixaria de 4 milhões e meio de doletas e já rendeu, no mundo inteiro, 250 milhões!   

O grande enrosco da temporada, marco zero dos tempos sombrios que rondam os abacaxis ianques é “A Múmia”, com Tom Cruise, feito para render 1 bilhão de dólares nas bilheterias mundiais e que até hoje só conseguiu se segurar nos 385 milhões, retorno bacana que deveria configurar um baita sucessão, não é? Pois não é mesmo! A Universal, o estúdio que financiou a bomba, jura que o fez por U$ 125, o qual, vezes 3, já daria lucro ao filme. O que o estúdio não contou é que, secretamente, teria injetado, por fora, mais U$ 100 milhões em propaganda e marketing, elevando o custo do abacaxi a U$ 225 milhões, que vezes 3 dá 675 milhões, teto que essa muminha mixuruca não vai atingir nunca!          

Bonito mesmo fizeram “A Bela & A Fera” e “Velozes & Furiosos 8”, ambos com bem mais de 1bilhão de dólares nos bolsos e faturando até hoje. Seguem-se o fraquinho “Guardiões da Galáxia 2” (860 milhões), a saga feminista “Mulher Maravilha” (745), o terminal “Logan” (616), o espetacular “Kong – A Ilha da Caveira” (570) e a lataria reciclada do novo “Transformers” (495), anos-luz atrás das bilheterias anteriores de outros episódios da franquia. Já a comédia de aventuras “Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar”, demolida pela crítica internacional se saiu muito bem sim senhor: até agora rendeu 735 milhões de dólares em bilheterias do mundo inteiro, grande parte disso, é claro, por causa de seu astro principal, o impagável Johnny Depp jogando seu Jack Sparrow cada vez mais baixo.  

Ano que vem tem mais porcarias: desenhos imbecilizantes, aventuras de super-heróis dos quadrinhos que ninguém aguenta mais, a enésima sequência de um sucesso de vinte anos atrás e por aí vai... “Aquarius” fita nacional do diretor Cleber Mendonça com a Sônia Braga vale por todos esses abacaxis descritos aí acima e ainda sobra um caldo.  

[ngg_images source="galleries" container_ids="91" display_type="photocrati-nextgen_basic_thumbnails" override_thumbnail_settings="0" thumbnail_width="240" thumbnail_height="160" thumbnail_crop="1" images_per_page="0" number_of_columns="0" ajax_pagination="1" show_all_in_lightbox="0" use_imagebrowser_effect="0" show_slideshow_link="1" slideshow_link_text="Mostrar apresentação de slides" order_by="sortorder" order_direction="ASC" returns="included" maximum_entity_count="500"]