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Carlinhos Barreiros

O retorno do Canário

Por Carlinhos Barreiros

(aviso: esta é uma fan – page!)

Uauh! Oba! Epa! Sim! Demoroh! Até que enfim! Essas foram algumas das minhas exclamações proferidas quando li, na internet, a notícia que a cantora Celine Dion, 56 prepara sua volta aos palcos e ao disco no próximo ano, 2024. Além disso, Celine estampa a capa e uma sessão de fotos na revista Vogue deste mês, a publicação mais glamorosa do mundo.

No final de 2022, Celine anunciou a seus fãs e ao mundo todo que sofria de uma espécie de enfermidade raríssima: a Síndrome da Pessoa Rígida (Stiff Person Syndrome), mal que atinge uma ou duas em um milhão de pessoas, geralmente mulheres. Na enfermidade, o sistema imunológico do corpo ataca as células saudáveis, afetando o sistema nervoso e provocando intensos e dolorosos espasmos musculares e rigidez dos músculos. Não tem cura.

A canadense então, diante dessa tragédia que estava afetando seu caminhar e sua voz retirou-se dos palcos, cancelou a turnê mundial, isolou-se com os filhos gêmeos no interior dos EUA, iniciando um doloroso e prolongado processo paliativo de cura, que agora, finalmente, parece estar produzindo resultados. Durante esse processo, parentes se pronunciaram à mídia, geralmente com notícias alarmantes: que Celine estava paralisada, que nunca mais voltaria a cantar, que todas as esperanças estavam perdidas e coisas desse tipo. Então, quando tudo se anunciava como a mais negra das temporadas, o alívio: para surpresa de todo mundo – fãs, classe artística, jornalistas e indústria do entretenimento, o famigerado “show business” – Celine reapareceu, de surpresa, mês passado, no Grammy deste ano em Los Angeles, para entregar o prêmio de Melhor Álbum do Ano a Taylor Swift.

Aplaudida de pé pelos presentes, entre chocados e extasiados, o vídeo do evento mostraria depois a cantora adentrando o palco conduzida por um de seus filhos, ereta, altiva e irradiando saúde, num casacão amarelado-pardo que logo chamaria a atenção de todos. E ... voilà! A musa do “Titanic” estava de volta e à ativa, encantando seus milhões de fãs mundo afora e trazendo provas de sua resiliência  frente às adversidades e à terrível doença com a qual vinha convivendo (e vai ter que continuar a conviver).

Celine, franco-canadense que começou sua carreira aos 14 anos cantando em francês encantaria o mundo logo depois do dèbut, com sua voz maravilhosa e incrível extensão vocal. As notas altas que alcança só encontram paridade em Barbra Streisand e para provar isso as duas se juntaram para cantar, em dueto, o hit “Tell Him”, um dos clássicos da canção romântica.

Já era rica e famosa quando, em 1997 gravou “My Heart Will Go On”, tema do filme “Titanic”, até hoje uma das músicas mais executadas no planeta e que abriu-lhe definitivamente as portas para o sucesso internacional, principalmente o mercado norte-americano, o mais rico e rentável, cobiçado por todos os cantores do mundo. Daí em diante foi só acumular prêmios, sucessos e Discos de Ouro. Seus vinis e compactos vendiam-se aos milhões, era ouvida e aclamada nos cinco continentes, acumulando fortuna, respeito e o amor de seus fãs espalhados pelos quatro cantos. Viajou o mundo inteiro em tours grandiosas, lotou por mais de um ano, toda noite, o salão de concertos (Coliseu) do Caesar´s Palace Hotel & Casino em Las Vegas num show fantástico, milionário e deslumbrante que virou DVD.

Seu cover da canção romântica “All By Myself”, do cantor pop Eric Carmem, falecido este ano, foi considerado por sites especializados da internet como a melhor regravação feita por outro cantor em todos os tempos. Regravou ainda Beatles (“Here There and Everywhere”), Nat “King” Cole (“Nature Boy”) e Leo Sayer (“When I Needed You”), cantou em dupla com seu conterrâneo Paul Anka (“It´s Hard To Say Goodbye”), com o italiano Andrea Bocelli (“The Prayer”) e com Peabo Bryson no clássico “Beauty and the Beast”), tema de “A Bela e a Fera”, da Disney.

“Hoje eu me sinto como uma mulher. Uma mãe – uma cantora – uma sonhadora: antes de ser canadense, americana ou francesa”, declarou Celine à Vogue em texto que acompanha a matéria. Bem, a Diva está de volta e teremos tudo de novo. Não é maravilhoso?

CARLINHOS BARREIROS:

É professor, jornalista e escritor. Atuou em Piraju nos jornais “Folha de Piraju”, “Observador” e “Jornal da Cidade”, sempre como cronista ou crítico de Cinema/Literatura. Publicou o livro de contos “Insânia: O Lado Escuro da Lua” (esgotado). Em 2006, foi o primeiro colocado no Concurso de Poesias, Contos e Crônicas da FAFIP (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Piraju) com o conto “Sade no Sertão”.

Atualmente, revisa os originais de seu livro de contos ainda inédito, “Freak Show”. Mora em Piraju, onde contribui eventualmente com a imprensa local com crônicas/contos e escreve para os blogues “Língua de Trapo” e farolnoticias.com.br, ambos da cidade de Itaí.

Seu ensaio sobre a contracultura em Piraju nos Anos 60 e 70 do século passado: “Eu, Carlinhos Barreiros, drogado e prostituído” foi publicado com sucesso no blogue da USP (Universidade de São Paulo), do jornalista Luciano Maluly, ficando no top dos Mais Lidos por várias semanas.