Sicredi Novos Horizontes Itaí
Carlinhos Barreiros

HOLLYWOOD ESTÁ EM CHAMAS

A onda de denúncias dos últimos dias contra chefões da indústria do cinema continua repercutindo na mídia internacional.

Imagem ilustrativa
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A série de denúncias de abusos sexuais cometidos contra atrizes (hoje) consagradas e menores de idade (à época em que aconteceram) abalou Hollywood – a Meca do Cinema – neste último mês. A coisa não é nova. Estrelinhas em início de carreira, lá e aqui, sempre tiveram que passar pelo famigerado e institucionalizado “teste do sofá” para tentar um salto para o sucesso. Reza a lenda que tanto James Dean, o Ícone – quanto Marilyn Monroe – o Mito – tiveram que praticar muito sexo oral nos poderosos da indústria  antes de se tornarem o que vieram a ser. C´est la vie, conformavam-se os descontentes. Até ontem.

A onda de denúncias dos últimos dias contra chefões da indústria do cinema continua repercutindo na mídia internacional. Tudo começou com  Harvey Weinstein, da produtora de mesmo nome, que dirigia junto com o irmão. Depois que nomes consagrados como Angelina Jolie (“Malevola”) e Gwyneth Paltrow (“Homem de Ferro”) confirmaram a acusação inicial feita por atrizes  menos conhecidas (Lupita Nyongo, Ashley Judd, Asia Argento, Léa Seydoux), o produtor se viu em apuros: pediu desculpas às molestadas publicamente e saiu à francesa da cena, afirmando que ia se tratar “por ser viciado em sexo” (sic).

Está acabado em Hollywood e no resto do mundo, mesmo com seu currículo invejável de Oscars (“Shakespeare Apaixonado”, “Cães de Aluguel”, “Pulp Fiction”, “Kill Bill”, “O Senhor dos Anéis”).

Depois dele vieram as acusações de seis atrizes, inclusive Natasha Henstridge (“A Experiência”, “Meu Vizinho Mafioso”) contra o poderoso diretor e produtor Brett Ratner (“A Hora do Rush”, “X Men: Confronto Final”), que também viu todas as portas da Terra do Cinema se fecharem para ele. Tal como Weinstein, as únicas portas que no futuro podem se abrir para a dupla de tarados serão as de alguma penitenciária federal.

E para completar, não é que o simpático tiozão Kevin Spacey (duplamente oscarizado por “Seven” e “Os Suspeitos” e arrasando na série da Netflix “House of Cards”) também teve sua cota de merda na cara? Bichona enrustida a vida toda, Spacey sempre abusou de meninos nos sets em que atuava, na maior moita. Quando dirigia o renomado Old Vic Teather de Londres costumava atacar tudo que fosse do sexo masculino, respirasse e tivesse menos de 30 anos. Apreciador dos novinhos, Spacey viu seu nome despencar do estrelato à lama quando o ator Anthony Rapp denunciou que, quando tinha 14 anos, o ator mais velho, bêbado “numa festa, levou-o para o quarto, trancou a porta, carregou-o nos braços para a cama e deitou-se em cima dele”. (sic). Spacey, diplomaticamente, afirma “não se lembrar do incidente”; pediu desculpas ao delator e aproveitou para sair do armário, revelando-se gay, ora vejam só! Mas a farsa de pouco adiantou: a Netflix cancelou a série, os estúdios de Hollywood anularam seus filmes em pré-produção e os já prontos prometem nunca ver a cara de uma sala de exibição. Spacey já era, e deve dar graças aos céus se não for preso junto com os demais tarados da indústria.        

Não acredito que o old system que sempre regeu a Cidade das Estrelas vá mudar com essa enxurrada de roupa suja. Para cada predador sexual fora de circulação, dez estão começando. Faz parte da vida, faz parte do sexo, faz parte do sistema capitalista, faz parte da natureza do macho (ou da bicha insaciável). Quem não gosta que não saia às ruas. Ou entre para um convento.