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Editorial

Festas religiosas se baseiam mesmo em louvar ao Santo?

A festa de Santo Antônio em Itaí, quanto à de São João em Itaporanga, São Pedro em Itararé e assim por diante sempre foi tradição e sempre será motivo de alegria para os católicos.

Lembrança Bíblica em que Jesus expulsa os mercadores do templo

Cada vez é mais comum Igrejas estarem realizando mesmo que sejam pequenas ou de grande porte, festas em honra a Santos chamados Padroeiros, porque recebem o título de patrono da paróquia religiosa em questão, ou mesmo de santos que são homenageados apenas como o título de “Santo (a) Igreja (tal).

É comum que em todas essas festas realizadas pelos párocos ou padres titulares da paróquia ou da Igreja em questão, se façam através de doação de prendas, de trabalho comunitário etc. A Igreja quase sempre, nunca participa com a despesa financeira, mas sempre busca para si a receita de tal evento.

Só para colocar como observação, você nunca vê uma igreja com sua obra terminada, se está tudo pronto, é preciso trocar novamente o piso, o telhado, comprar novos bancos, altar, enfim, a obra nunca para e isso é até louvável, já que estará sempre com novo visual para atrair novos fiéis e com eles... novos benefícios para a instituição. Hoje, uma Igreja pronta não é viável em nível de receber novas doações. Então, é sempre importante estar em “construção”. Vale lembrar que toda a Igreja, não importa a religião é isenta de impostos, ou seja, não deve nada ao “Leão”, visto que tudo que recebe, é por doação.

Realizar grandes festas “em honra ao Padroeiro” não é privilégio de uma cidade, mas de todas desse país por isso, comentemos um pouco sobre a festa de Santo Antônio realizado nos últimos dias na cidade de Itaí.

Foi um evento de se tirar o chapéu, uma organização impecável, moderna, e com tudo sobre controle. Shows, tendas cobrindo toda a cidade para deixar a população e os mercadores à vontade para trabalhar e se divertir. A prefeitura investiu (apesar de não ser uma festa pública, visto que é de uma parte religiosa da cidade e não de toda religião que nela se instala). Claro que tem seu lado político, afinal, valorizar a imagem também faz parte e ressalve-se, o sentido de doação, participação, coisa que há muito tempo não se via uma participação ativa da administração pública num evento que embora possam tentar garantir o contrário é, em termos, “privado”.

Tudo muito lindo, tudo um sucesso, o povo aplaudindo em pé, afinal, desde os primórdios do tempo tem o velho dito “dai ao povo pão e circo e serás lembrado para sempre”.

Posso estar falando (não é esse meu pensamento e nem quero que entendam como tal) heresias, mas a Festa foi realizada (volto a dizer que em todas as cidades é assim) segundo consta em “Honra ao Santo Padroeiro”, mas a pergunta é: O Santo sabe disso?

Quantos milhares de pessoas estiveram circulando pelas ruas cobertas de tendas “caras” e visitando barracas ou se embrenhando na multidão para assistir um show musical? Quantas dessas pessoas sabiam realmente o motivo da festa? Quantas em suas voltas ao redor da matriz adentraram a Igreja? Quantas sabiam o nome do padroeiro?

A festa de Santo Antônio em Itaí, quanto à de São João em Itaporanga, São Pedro em Itararé e assim por diante sempre foi tradição e sempre será motivo de alegria para os católicos, mas daquele cenário inocente de outrora, onde o povo se divertia e compartilhava o que tinha para ajudar a igreja num ato de religiosidade, voltou hoje “pelo menos eu notei assim”, apenas como um motivo de negociata seja por objetivos políticos, particulares ou simplesmente comercial.

Tudo virou apenas comércio, como nos tempos de Cristo, onde os mercadores foram expulsos pelo próprio Filho do Homem, dos templos onde usavam a Casa de Deus para vender suas iguarias, como vemos em Mateus 21 – 12: Tendo Jesus entrado no pátio do templo, expulsou todos os que ali estavam comprando e vendendo; também tombou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos comerciantes de pombas. E 13: E repreendeu-os: “Está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração’; vós, ao contrário, estais fazendo dela um ‘covil de salteadores’”.

Ao que parece, os novos mercadores não sabem e não tem ideia de quanto é pesado o chicote de Cristo, mas isso não é mostrado nem pela “Igreja” que hoje, usa os mercadores para obter arrecadações para “edificar o templo”.

Mas enfim, parabéns aos organizadores e idealizadores da festa, que seus objetivos tenham sido alcançados e que o Santo em questão tenha sido mesmo honrado e exaltado nesses dez dias de muito comércio e pouca participação religiosa por parte da população.