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Polícia

Funcionário de Fórum que 'vendia sentença' a réus no interior de SP cobrava até R$ 10 mil, diz polícia

O suspeito abordava família e réus, e oferecia a ideia de que conseguiria influenciar juízes na sentença.
Procurado foi preso pela polícia de Sorocaba na casa de amigo — Foto: Divulgação

O funcionário do Fórum de Sorocaba (SP) preso por "venda de sentenças" chegou a receber R$ 10 mil com os golpes. A Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Sorocaba fez a prisão dele nesta quinta-feira (22), na casa de um amigo, em Piraju (SP).

De acordo com a polícia, o homem, de 52 anos, que não teve a identidade revelada, vendia para réus a ideia de que conseguiria influenciar juízes na sentença, apesar de não ter relação com eles. Com isso, o suspeito pedia dinheiro.

"Ele trabalhava no Fórum há cerca de 26 anos e já tinha um certo conhecimento, uma experiência jurídica dos trâmites do Fórum, e abordava essas pessoas, que seriam presos ou familiares de réus, e ali ele ludibriava dando a entender que exerceria uma certa influência e poderia alterar a sentença", explica o delegado Rodrigo Ayres.

A polícia identificou seis vítimas, sendo que duas delas chegaram a pagar pelo "serviço". O suspeito mora e trabalha em Sorocaba, mas estava na casa de um amigo em Piraju. Segundo a polícia, ele aplicava o golpe há pelo menos um ano.

Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido no apartamento do escrevente, no Jardim Gonçalves. Ainda de acordo com a polícia, a conduta dele também é investigada no Fórum, onde uma sindicância foi aberta. Por conta da investigação interna, ele está afastado do cargo há três meses.

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo informou que existem dois processos administrativos disciplinares em andamento e, por isso, o escrevente foi afastado das funções por 180 dias.

Um dos processos está na fase de coleta de provas e nesta sexta-feira (23) serão ouvidas testemunhas. O outro processo já foi finalizado e pede a demissão do funcionário. Esta decisão vai ser tomada pelo Tribunal de Justiça.

A prisão preventiva foi pedida porque o funcionário nunca era encontrado para depor. Após prestar depoimento, o suspeito foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP).