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Equipe de Ortopedia da Santa Casa de Avaré realiza 1º reimplante de mão na região

O procedimento durou cerca de cinco horas.
Equipe médica responsável pelo procedimento - Foto Jornal Sudoeste

Em meados do mês de março deste ano, a equipe de Ortopedia da Santa Casa de Avaré realizou procedimento de reimplante de mão, o primeiro deste tipo já realizado na região. Trata-se de um procedimento de altíssima complexidade, realizado apenas em grandes centros como São Paulo e Campinas.

Participaram do reimplante os doutores: Elton João Nunes (cirurgião de mão), Frederico Lutti Zink (cirurgião de mão), Osvaldo Martins (ortopedista e traumatologista), Luciano Salgado (cirurgião vascular), Renata Martorelli (anestesista), além de uma excelente equipe de Enfermagem. Vale ressaltar que todos são de Avaré.

O paciente C.C, aproximadamente 40 anos, teve sua mão amputada após acidente com serra circular na cidade de Cerqueira César e foi trazido para Avaré.

O procedimento se iniciou às 19 horas de sábado (16/03) e durou cerca de cinco horas, explicou Dr. Elton.

Na ocasião, foi realizado encurtamento ósseo para estabilização do punho, reconstrução de artérias, nervos e veias, tendo sido utilizado um microscópio adquirido recentemente pela Santa Casa que aumenta aproximadamente 20 vezes o tamanho do campo cirúrgico. “Esse aparelho foi comprado uma semana antes do acidente” relata Dr. Frederico.

Foram 25 dias de internação aos cuidados da equipe de Ortopedia, foram necessários mais dois procedimentos cirúrgicos para tratar uma complicação esperada (Síndrome Compartimental), para reconstrução dos tendões extensores e flexores do punho e dos dedos e para enxerto de pele (retirado da coxa). “Durante a internação as trocas de curativos eram sempre realizadas com o paciente sedado, no centro cirúrgico para evitar dor e infecção.  Foi necessário o uso de antibióticos e anticoagulante em dose plena para evitar risco de infecção e trombose.”

Após a alta, o paciente já esboçava movimento dos dedos e retorno gradual da sensibilidade.

“A recuperação vai ser lenta, necessita acompanhamento com fisioterapia e ter cuidados como evitar cafeína, exposição ao frio, fatores que podem ocasionar obstrução artéria”, explica os cirurgiões.

Dr. Frederico frisa que é importante ressaltar que Avaré não é referência para este tipo de trauma, que quando algo assim ocorre é preciso procurar hospital de alta complexidade.

“Ele deu sorte que neste dia a equipe de ortopedia estava completa. É algo muito cansativo que demanda profissionais capacitados (cirurgião de mão com treinamento em microcirurgia).  “Quando um membro é amputado, ele deve ser colocado em um recipiente com soro fisiológico e em seguida colocado em um outro recipiente com gelo, nunca diretamente em contato com o gelo para evitar lesão/queimadura das estruturas” - disse Dr. Elton.

O tempo para a possibilidade do reimplante varia de acordo com a estrutura amputada, em média, 6 horas.

A equipe de Ortopedia de Avaré realiza em torno de 200 cirurgias e mais de 1400 atendimentos ambulatoriais por mês (SUS). O caso do reimplante foi realizado pelo SUS.(A informação é da Comissão de Saúde de Avaré)